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Bem-vindos à edição #0 do MUX – Museus em Experiência!

O MUX2015 – museus em experiência é um encontro organizado pelo Departamento de Comunicação e Arte em colaboração com o SBDIM – Serviços de Biblioteca Informação Documental e Museologia da Universidade de Aveiro que propõe reunir especialistas, investigadores e profissionais nas áreas da museologia, do design, das ciências e tecnologias da comunicação para debater e refletir sobre o presente e o futuro da relação entre a museologia e da museografia em Portugal. A integração a montante do design e das tecnologia da comunicação nas estratégias museológicas é cada vez mais determinante para cativar e envolver novos públicos de uma forma mais interativa com os artefactos, os temas e as narrativas museológicas.

Os museus são presentemente confrontados com desafios que vão além da sua tradicional missão e do seu programa de atividades anuais e diárias. Questões ligadas à comunicação e ao estabelecimento de uma relação de maior proximidade com o seu público começam a ser discutidas nos museus nacionais, e encarados como aspectos determinantes para o sucesso da sua atividade.No espaço expositivo contemporâneo, as estratégias de mediação tecnológica são elas próprias um veículo de significado, a par dos conteúdos. Numa cultura marcada pela profunda divisão entre a experiência do mundo real e a que é oferecida pelo universo dos media, os museus enfrentam novos desafios que se fazem sentir quer na construção do sentido, quer na captação de novos públicos. Mais do que mostrar ou preservar um acervo, o museu traz consigo hoje a expectativa de construir uma experiência que será vivida e apropriada pelos visitantes.Os novos paradigmas de interação tecnológica e a WEB2.0  têm neste contexto um papel fundamental, pois permitem aprofundar re requalificar a relação do visitante com os temas e conceitos que o museu pretende comunicar. O museu é um produto social antigo fundado sobre o desejo humano de recolher, conservar e transmitir informação. As áreas a abordar incluem:

O Museu contemporâneo.

Os museus (como qualquer construção artificial), reúnem duas tarefas técnicas: a criativa quando interpretam e a produtiva quando o comunicam. Por isso os museus são um instrumento de produção e transferência de conhecimento mas que se distingue e autonomiza da academia. Enquanto produto artificial o museu tem respondido diacronicamente a diferentes intenções “criativas” recorrendo a diferentes meios técnicos, assim proporcionando diferentes modos “comunicativos” que modelam sob o principio da adequação o comportamento dos seus utentes. Enquanto equipamento mediador, ele foi, é e será sempre um modelador social. Se a exibição de despojos de guerra contribuiu para a mitificação épica da identidade social grega, a manipulação experiencial de máquinas de física contribuiu para a instrução social setecentista; mas na museografia contemporânea, a imersão multimédia interativa do utente no museu, poderá criar uma sociedade mais submissa ao consumo lúdico do que à liberdade de escolher. Urge, por isso, encontrar os meios de in-formação museológica que, na promoção da “dúvida”, fomentem uma sociedade mais critica e criativa.

O m-tourism.

Nos últimos anos tem-se vindo a assistir a uma profunda transformação na sociedade como consequência da evolução das Tecnologias da Informação e Comunicação, que potenciaram o desenvolvimento de um leque alargado de novos serviços que facilitam a interação a nível global. Verificou-se também uma evolução dos dispositivos móveis, que passaram a integrar cada vez mais funcionalidades e tornaram-se instrumentos cada vez mais comuns no nosso dia-a-dia. Esta evolução fez que estes dispositivos passassem a assumir especial relevância em vários setores de atividade, como o do turismo, dadas as suas caraterísticas de portabilidade, mobilidade e autonomia. Os dispositivos móveis passaram a ser transportados 24 horas por dia por muitos de nós. Assim, estes dispositivos encontram-se (quase) sempre disponíveis para serem utilizados no acesso a informação relevante ou para realizar atividades de comunicação. Mais recentemente, em resultado do aparecimento do paradigma da Web 2.0, os utilizadores comuns deixaram de ser apenas consumidores de conteúdos e passaram a ter também a possibilidade de os criar e partilhar. Tornamo-nos, assim, num novo tipo de consumidor, designado como prosumer. O aparecimento de tecnologias ligadas à Web 2.0 alterou a forma como os utilizadores partilham os comentários e experiências sobre um produto ou serviço e fomentou a participação dos turistas nas atividades de criação de produtos turísticos e personalização desses mesmos produtos. É neste contexto que se enquadra o trabalho de investigação descrito em parte nesta apresentação e cujo objetivo passa por estudar o papel que a cultura participativa e os serviços da Web 2.0 poderão ter no enriquecimento das experiências turísticas em contextos de m-Tourism, conduzindo ao que se designará como m-Tourism 2.0.

O Museu 2.0.

Os social media concebem a Web como uma via de comunicação com dois sentidos onde se permite aos utilizadores contribuírem colaborativamente ou não, ignorando as tradicionais barreiras temporais ou geográficas. Torna-se, no entanto, essencial que o processo de comunicação museológico seja pensado de forma a que possa dar voz e ser capaz de abarcar diversos pontos de vista que refletem uma perspectiva conjunta que pode representar um contributo válido para o programa cultural do museu.
O utilizador, com os social media, deixa de ser um sujeito passivo que apenas recebe a informação que lhe é transmitida, passando a ser incentivado a participar e interagir com o museu através dos diversos media sociais, os utilizadores vêm a possibilidade de se transformarem em prosumers. A comunicação do museu, das suas coleções e as suas atividades através dos social media, transforma o museu numa instituição em parte sem fronteiras ou horários, capaz de manter um diálogo virtual personalizado com os seus visitantes, promovendo uma visão dinâmica, multidisciplinar e multiplataforma criando uma relação interativa entre a instituição e a sua audiência.
Para tal, as instituições museológicas têm atualmente ao seu dispor uma série de aplicações para a Internet concebidas com base nos fundamentos tecnológicos e ideológicos da Web 2.0 que permitem a concepção, troca e partilha de conteúdos gerados pelo utilizador e pelas comunidades de utilizadores.
A utilização dos social media por parte dos museus é algo que, apesar de ser relativamente recente, tem registado um crescimento contínuo e cada vez mais alargado em termos do número de instituições que têm aderido à sua utilização. No entanto, mesmo confrontados com os benefícios da utilização dos social media, algumas instituições museológicas ainda resistem a utilização destas estratégias.